Programa de Desenvolvimento da Alimentação, Confeitaria e Panificação
Home Quem Somos Projetos Contato
Indicadores Publicações Técnicas Notícias Eventos
Está sem dinheiro? Conheça os 5 C’s do crédito para se preparar quando precisar dos bancos
NOTÍCIAS VOLTAR
Está sem dinheiro? Conheça os 5 C’s do crédito para se preparar quando precisar dos bancos
por Por Márcio Rodrigues & Associados
22/02/2024

Em muitos momentos, todo mundo precisa de dinheiro. Com as empresas não é diferente e, num cenário de crise financeira, pode acontecer de o negócio necessitar urgentemente de uma injeção financeira e não possa esperar os resultados de um ajuste de processos ou mesmo o cenário do mercado melhorar. Se um forno quebrou, por exemplo, e não tem mais conserto, é preciso comprar outro logo. E como fazer se o caixa da padaria está ruim naquele momento?

É possível dizer que a maioria dos empresários precisa de uma melhor educação financeira, que permita conhe­cer conceitos e produtos financeiros, podendo se orientar melhor quando for necessário tratar com as instituições que oferecem a captação de recursos. Até porque, a busca por um empréstimo também pode acontecer em um momento de estabilidade financeira do negócio, no qual o empresário – justamente por esse bom momento – entenda que está na hora de expandir a empresa.

Pois bem, independente do motivo, quais os passos adequados para se obter crédito sem que isso se torne uma dor de cabeça depois?

Ter um cadastro sem restrições

Lembra quando os antigos diziam que o nome é que de mais valioso alguém pode ter? Pois é, a condição básica para se solicitar um tipo de crédito é ter um cadastro “limpo” em rela­ção à quitação de débitos com fornecedores, bancos e governo. Se a empresa tiver ocorrên­cias cadastrais negativas com qualquer desses agentes, deverá quitar ou renegociar os dé­bitos pendentes para só então buscar o crédito. Com isso evita perdas de tempo e es­forço – o cadastro negativo é natu­ralmente impeditivo para obtenção de crédito.

Vale lembrar também que qualquer ocorrência negativa no cadastro das pessoas físicas, proprietárias ou só­cias de uma empresa, prejudica a liberação de créditos para a pessoa jurídica, e vice-ver­sa. Por isso, é importante que o empresário tenha o hábito de consultar constantemen­te o seu cadastro e o mantenha sempre sem ocorrências negativas.

Ter um bom relacionamento com a instituição financeira

O produto principal de uma instituição de cré­dito é o dinheiro. Para repassá-lo na forma de empréstimos e financiamentos, ela precisa co­nhecer o empresário e ter uma visão clara do seu comportamento como cliente para firmar um bom conceito. Ninguém joga dinheiro fora, muito menos os bancos.

Assim, para uma empresa obter crédito é ne­cessário ter ou iniciar relacionamento regular com as instituições financeiras. Quanto mais produtos e serviços bancários ela utilizar, maior e mais forte será o relacionamento com o banco e mais este conhece a empresa. Sendo um bom cliente, aumentam as chances de conseguir um empréstimo quando necessário.

Algumas das atitudes que refletem um bom relacionamento com uma instituição finan­ceira, para a qual a empresa pretende solicitar crédito são:

a) Cadastro atualizado e positivo: manter as informações financeiras e patrimoniais da em­presa e dos sócios atualizadas no sistema de cadastro do banco é importante para que a instituição forme um conceito positivo em relação à empresa. Manter um cadastro limpo de ocorrências ne­gativas é também um dos pré-requisitos para acessar créditos no Sistema Financeiro.

Se o empresário ou a empresa possuírem dívi­das não pagas junto aos bancos, fornece­dores ou ao fisco municipal, estadual ou federal, tal fato gera o registro de ocorrências cadastrais negativas nos sistemas de proteção ao crédito e, em relação aos bancos, no sistema de infor­mação do Banco Central - acessado por todas as instituições de crédito. Neste caso, deve-se primeiro quitar ou renegociar as dívidas pen­dentes para só então solicitar financiamento, uma vez que o cadastro negativo normalmente impede a obtenção de crédito.

Conheça algumas das fontes de informa­ções cadastrais:

  • Sistema de Informação de Crédito do Ban­co Central: também chamado de Central de Risco do Banco Central, disponibiliza informações detalhadas sobre o históri­co de crédito de determinado cliente para toda a rede bancária.
  • Cadastro de Emitentes de Cheques sem Fundos – CCF: relação de pessoas físicas e jurídicas que tenham emitido cheques sem provisão de fundos, e que tenham sido de­volvidos por duas vezes, por insuficiência de saldo. Esse cadastro é disponibilizado para consulta a toda a rede bancária e en­seja o bloqueio, suspensão ou renovação de qualquer crédito do cliente.
  • Cadastro Nacional de Devedores de Ins­tituições Federais – CADIN: relação das empresas e pessoas que têm dívida em aberto junto às instituições federais, au­tarquias ou sociedades de economia mis­ta e à Receita Federal. Principalmente nos bancos federais esse tipo de ocorrência é impedimento absoluto para obtenção de novos créditos.
  • Títulos Protestados: duplicatas e outros tí­tulos que representam transações comer­ciais não pagos podem ensejar protesto dos títulos, ensejando a negativação do devedor para efeito de liberação de crédito no mercado financeiro.
  • Dívidas Fiscais: dívidas junto aos diversos órgãos públicos nas instâncias municipal, estadual e federal, são também bloquea­doras de créditos nas instituições financei­ras, portanto aqueles que pretendem ob­ter crédito no Sistema Financeiro Nacional deverão estar com seus impostos e taxas quitados ou renegociados.

b) Movimentação da conta corrente - ter a mo­vimentação financeira da empresa nos bancos, utilizando uma conta corrente empresarial é a forma de iniciar o relacionamento com as ins­tituições financeiras, sendo também importante para a for­mação do conceito da empresa junto ao banco.

Utilizar conta corrente exige do empresário maior controle sobre os valores movimenta­dos, de forma a evitar a emissão de cheques sem fundos. Esse tipo de ocorrência depõe contra o cliente e podem pesar negativamente na análise de crédito que o banco faz sobre ele.

c) Pontualidade - quitar regularmente os com­promissos financeiros com fornecedores e re­colher impostos em dia é uma demonstração de saúde financeira. Isso passa para o banco a per­cepção de que o empresário quitará também pontualmente os empréstimos e financiamen­tos liberados pelo banco.

d) Reciprocidade - muitos empresários pensam nos bancos somente como fornecedores de crédito e desconhecem a maior parte dos itens que as instituições financeiras oferecem. O mercado financeiro disponibiliza um conjunto de produtos e serviços para pessoas e empre­sas que vai além da oferta de empréstimos e financiamentos.

Os bancos podem ser fornecedores e parcei­ros dos pequenos negócios, na medida em que as contratações contribuam para melho­rar a gestão da empresa e para aumentar sua competitividade. Adquirir produtos e serviços bancários que interessem à empresa é encara­do pelos próprios bancos como reciprocidade e melhora sua avaliação que é feita pelo mesmo.

Ter informações contábeis e gerenciais confiáveis

Para acolher uma proposta de operação de crédito, as instituições financeiras solicitam informações patrimoniais, contábeis e ge­renciais. Alguns empresários optam por não disponibilizar essas informações de forma completa.

Contudo, com essa postura, obtêm créditos in­suficientes para sua necessidade no merca­do tradicional de crédito, perdem o acesso às melhores linhas de financiamento e acabam incorrendo em juros e condições desvantajo­sas no mercado informal.

Preencher os formulários das institui­ções de crédito com informações verdadeiras, acompanhados da documentação completa, é também fator decisivo para que a proposta de crédito seja acatada e que o acesso se dê em melhores condições.

Obter um limite de crédito

Em qualquer instituição financeira, o primeiro passo do processo de concessão de crédito é a determinação do limite, ou seja, do valor má­ximo de crédito que o banco se dispõe a liberar para a empresa.

O limite de crédito é calculado com base no cadastro da empresa e dos sócios, no históri­co de relacionamento com a instituição financei­ra na qual a empresa mantém conta e nas informa­ções patrimoniais e financeiras disponibilizadas. Por isso, quanto mais fiéis à realidade forem es­sas informações, mais adequado às necessida­des da empresa será o limite de crédito.

É com base nessas informações que o banco consegue apurar a capacidade de endivida­mento e, consequentemente, o volume de re­cursos que pode ser disponibilizado. Oferecer garantias também é um aspecto im­portante nesse processo e reduzem o risco da operação de crédito.

Os 5 C’s do Crédito

Os agentes financeiros necessitam de informações qualificadas para identificar os riscos nas situações de empréstimo, avaliar capacidade de pagamento do tomador e fazer as recomendações relativas à melhor estruturação e tipo de empréstimo a conceder.

Quanto maior a quantidade de informações organizadas e disponibilizadas pelos empreendedores, maior a possibilidade de conseguir financiamento. É bastante comum às instituições do mercado financeiro, ao realizarem suas análises, classificarem os chamados “C’s” do crédito: “Caráter”, “Capacidade”, “Capital”, “Colateral” e “Condições” – são os principais aspectos que devem nortear uma análise sobre a capacidade de obter crédito de um cliente.

  1. Caráter: o caráter está atrelado à índole do tomador do empréstimo e sua predispo­sição em pagar o financiamento contraído. De forma objetiva e com base nestes registros, as instituições financeiras podem verificar se o proponente correspondeu às expectativas previs­tas anteriormente, como e quando efetuou o pagamento das obrigações pactuadas. Também consultam se o cliente está inscrito em órgãos de restrição ao crédito (Serasa, SPC, CADIN, SCR do Banco Central), cartórios ou se existem ações judiciais contra a empresa e sócios.
  2. Capacidade: consiste na capacidade do empresário em pagar o crédito, tendo em vis­ta o quanto a empresa suporta de endividamento. São analisadas as demonstrações financei­ras, com particular ênfase na liquidez, nos fluxos e projeções de caixa. As empresas que não registram contabilmente todo seu faturamento perdem a possibilidade de comprovar as recei­tas auferidas aos agentes financeiros, restringindo a análise da capacidade de pagamento do negócio.
  3. Capital: representa a potencialidade financeira do proponente ao crédito, refletida por sua posição patrimonial. A análise da dívida do requerente, os índices de liquidez e as taxas de lucratividade são frequentemente utilizadas para avaliar seu capital. Caso não se realize corre­tamente a contabilização de seus ativos e passivos, o patrimônio do pequeno negócio pode ser reduzido, o que diminui a predisposição da concessão de crédito pelos agentes financeiros.
  4. Colateral: representa o somatório de ativos que o proponente tem disponível para oferecer em garantia ao empréstimo. Assim, quanto maior for o montante e a qualidade dos ativos disponibilizados, maior se torna a chance de a instituição financeira reaver os recursos emprestados, caso o proponente ao crédito não honre suas obrigações. Todas as formas de ga­rantias, sejam elas pessoais ou reais, devem ser levadas em consideração na análise deste item.
  5. Condições: compreendem a análise da situação econômica no momento da conces­são do crédito. Devem ser levadas em conta quaisquer circunstâncias que podem afetar a ca­pacidade de pagamento do cliente ou ainda que desaconselhe a expansão do crédito por parte da empresa.

A condição financeira e econômica da empresa também deve ser considerada na concessão de crédito. Por exemplo, se existe um excesso de estoque dos itens que o cliente quer comprar a crédito, a empresa pode estar inclinada a vender em termos mais favoráveis ou para clientes menos dignos de crédito.

Atenção! Crédito não é remédio para deficiências de gestão!

Tomar empréstimos simplesmente para cobrir “buracos” na empresa que tem problemas sérios de gestão financeira, é como tomar um analgésico para tirar a dor de uma fratura interna. Não resolve, apenas minimiza o sintoma e mascara o verdadeiro problema.

A utilização sistemática de instrumentos de gestão financeira é que vai permitir uma administração efetiva dos recursos captados pela empresa e indicar a sua capacidade de pagamento real da dívida a ser contraída. Isso é fundamental para evitar que o empreendedor, ao obter crédito, ao invés de alavancar o desempenho da empresa, crie problemas ainda maiores, ao contrair uma dívida que não conseguirá quitar.

Portanto, é preciso dar atenção especial aos controles financeiros, principalmente o fluxo de caixa e demonstrativo de resultados, pela sua importância para aprimorar o planejamento e a análise financeira da empresa.

De maneira segura e organizada, obter crédito pode ser uma ajuda e tanto, do contrário, pode lhe trazer mais problemas! Por isso analise bem sua situação, procure orientação quando necessário para buscar o melhor remédio para o que lhe aflige, com consciência!

 
 
 
CLIPPING DAPANIFICAÇÃO
BRASILEIRA
Acompanhe semanalmente o compilado de notícias sobre o setor de panificação e confeitaria
NEWSLETTER PANIFICAÇÃO EM REDE
Acompanhe as últimas novidades do convênio ABIP/ITPC/SEBRAE
 
 
CONTATO
ESCRITÓRIO CENTRAL BELO HORIZONTE
Rua Espírito santo, 1204 - 10º andar - centro 30160-031 - Belo Horizonte/MG
(31) 9 9269-0370
propan@propan.com.br
RECEBA NOSSA NEWSLETTER
 ASSINE