Fabricantes começam a se agilizar para não faltar cacau na produção de chocolate. Com a quebra da safra de cacau na Bahia - consequência da seca que atinge a região - os fabricantes de chocolate devem aumentar a compra de grãos importados e sofrer com a alta dos preços.
O grupo CRM, das marcas Kopenhagen e Brasil Cacau, prevê ampliar de 16% para até 30% o cacau vindo de Gana e da Indonésia, o que deve elevar os custos, afirma o vice-presidente Fernando Vichi.
A fabricante paulista Munik tem encontrado dificuldade para manter o padrão dos ingredientes, diz Silvana Marconi, diretora-executiva. "Normalmente, trabalhamos com um fornecedor, mas tivemos que diversificar." A empresa passou a comprar grãos da Costa do Marfim.
A alta de custos, somada à retração nas vendas do varejo, deverá apertar as margens, segundo Renata Vichi, também vice-presidente do CRM. "Nos primeiros cinco meses, a queda foi de 8%, pelo mau desempenho na Páscoa."
E a recuperação das safras não deverá vir logo, diz o diretor-executivo da Aipc (Associação das Indústrias Processadoras de Cacau), Eduardo Bastos. "Foram ao menos 50 mil hectares perdidos. Se replantados hoje, demorariam quatro anos para dar resultado."
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