O São João, uma das épocas mais aguardadas pelo povo nordestino, chegou. Comidas feitas à base de milho, bandeirinhas, balões, forró, chapéus de palha e roupas típicas ganham as mesas, as casas e as ruas da região. Mas há algo que dá para fazer se a ideia é ir além de aproveitar a festa para forrar o estômago, dançar e soltar fogos: empreender. De forma simples, mas com planejamento, já que falta pouco tempo para o auge dos festejos.

A forma mais tradicional de lucrar no São João é com a venda de comidas típicas. Milho, pé de moleque, canjica, pamonha, cocada, bolos… Vender esses produtos pode ser uma boa forma de ganhar um dinheiro extra, já que a busca por eles é intensa. Mas é preciso ficar alerta antes de oferecer os quitutes. “O empreendedor tem que ter bastante atenção com a qualidade e o manuseio dos produtos”, diz Jorge Bernardo Coutinho, coordenador do custo de gestão comercial da Faculdade dos Guararapes e especialista em empreendedorismo.

Se a pessoa tiver habilidade na cozinha, melhor ainda. Assim dá para reduzir os gastos. Mas, mesmo que não tenha, não é preciso desistir da venda de alimentos. Tentar uma parceria com alguém de confiança que forneça os produtos e só comercializá-los pode ser uma boa jogada. Quem não perde a oportunidade de sair da época junina com um saldo extra na conta é a empreendedora Conceição Leonadja, 36, dona da Ceça Bolos.

A loja de Conceição fica na estação do metrô de Jaboatão Centro. Um ponto estratégico, já que sempre há movimentação de pessoas, indo e vindo. Ela vende os mais variados tipos de bolos, como rocambole, formigueiro, mesclado e macaxeira, por exemplo, além de tortas. Também conta com produtos feitos à base de milho em sua produção normal. Para o São João, a produção desses alimentos aumenta muito, por causa da demanda.

Conceição vende rocambole de milho e de massa de milho com recheio de coco. Além disso, vende também os tradicionais bolos de milho e de milho cremoso. Há cerca de um mês, para chamar a atenção dos clientes e fugir do formato comum, passou a vender o curau de milho. É um bolo de milho triturado na massa, tendo o diferencial de ser quadrado. “Parece um pão de caixa”, diz Conceição. 

Segundo a empreendedora, o lucro cresce cerca de 50% nesta época do ano. “O movimento já está bom. As pessoas fazem festas em empresas e vêm na loja comprar os bolos juninos”, conta. Em geral, uma fatia de bolo custa R$ 2. Já um bolo como o rocambole sai por R$ 12,50. Para conquistar ainda mais clientes, Conceição decidiu abrir a loja todos os domingos em junho. Normalmente, o funcionamento é só até o sábado.

Quem não se identifica muito com o ramo alimentício, pode partir para outras áreas na hora de empreender. Há muitos condomínios que contratam profissionais para fazer a ornamentação, com bandeirinhas, sanfonas e artefatos da festa em geral. Para isso, de acordo com Jorge Bernardo Coutinho, basta a pessoa ter habilidade, tempo disponível e estar disposta. “É um ramo que tem crescido muito nesta época”, diz o especialista.

Se o empreendedor tiver proximidade com a área de pintura e maquiagem, oferecer serviços de pintura de rosto característicos da época também pode render um dinheiro bom. E, pensando nos que vão viajar, investir em serviços de beleza feitos na casa do cliente pode dar certo, por oferecer uma maior comodidade. Outra opção, ideal para quem gosta de dirigir, é realizar transporte de pessoas para eventos do São João. Segundo Coutinho, em todos os serviços, a divulgação nas redes sociais é essencial.