Pesquisa da Nielsen aponta que 41% das marcas líderes perderam vendas no ano passado, contra 22% de 2014. Apesar da evolução, a maioria (59%) cresceu ou se manteu estável no período.
Segundo Tatiene Vale, analista de mercado do instituto, o recuo se explica pela queda do poder de compra do brasileiro. Isso vem sendo intensificado, entre outros fatores, em função da alta na taxa de desemprego. “Para economizar e evitar endividamento, o brasileiro vem trocando marcas mais caras, mesmo sendo suas preferidas, por outras mais baratas”, afirmou.
O levantamento constatou que, de um total de 44 categorias analisadas, em metade delas aconteceu processo de trade down. Ou seja, cresceu o volume de vendas dos itens mais baratos. As cestas de limpeza e higiene e beleza foram as mais afetadas com 71% e 70% de seus produtos, respectivamente, sendo substituídos. Em, alimentos, a troca aconteceu em 42% e, em bebidas, em 17%.
Preferência do consumidor
Como o consumidor se tornou menos fiel às marcas, a execução ganha importância. Segundo o estudo da Nielsen, as marcas que realizaram ativações no ponto de vendas conseguiram elevar em 9% o volume comercializado. Como consequência, o market share também sobiu. Quando apenas uma ativação foi feita em loja - seja oferta, ponto extra ou material de merchandising -, a participação de mercado cresceu 25%. O percentual alcançou 38%, quando foram realizadas duas ativações.
Na avaliação de Lucas Bellacosa, analista de mercado da Nielsen, para não perder vendas essas marcas precisam se manter na lembrança dos consumidores. "Fortalecer e estabelecer novos vínculos nesse momento de economia fragilizada é imprescindível”, concluiu.
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