A prévia da inflação oficial, medida pelo IPCA-15, caiu de 1,18% em dezembro para 0,92% neste mês, conforme dados divulgados pelo IBGE. Apesar do recuo, é o patamar mais alto para o mês desde 2003 (1,98%), no primeiro mês do primeiro governo Lula. Em 12 meses, o indicador acumula alta de 10,74% de fevereiro de 2015 a janeiro de 2016, acima da inflação de 10,71% do ano passado.
Das onze regiões metropolitanas pesquisadas pelo IBGE, o maior índice regional foi o do Rio de Janeiro (1,67%) e o menor foi o da região metropolitana de Belo Horizonte (0,79%). A maior variação anual dentre as regiões pesquisadas foi registrada pela região metropolitana de Curitiba (12,46%). A região metropolitana de Belo Horizonte (9,26%), por sua vez, apresentou o índice regional mais baixo no acumulado dos últimos doze meses.
Grupos. O grupo de alimentação e bebidas foi novamente o vilão da inflação. Apesar de terem desacelerado de dezembro (2,02%) para janeiro (1,67%), o grupo respondeu por 0,42 ponto percentual do índice no mês.
Os alimentos têm sido afetados por uma combinação de regime de chuvas adverso em algumas regiões do país com o avanço do câmbio, o que encarece insumos do campo e preços no mercado internacional.
Um dos itens que pressionaram a inflação foi o transporte público, com um avanço de 1,12% no mês passado. Isso porque houve alta de tarifas de ônibus urbanos (1,92%), intermunicipais (2,65%) e do táxi (1,47%).
“Pelo que temos no Boletim Focus (levantamento do BC junto ao mercado) hoje, o IPCA só deve voltar para o centro da meta (4,5%) em 2019”, disse o economista-chefe da SulAmérica Investimentos, Newton Camargo Rosa. Nas condições atuais, segundo ele, qualquer choque de preços (câmbio, administrados ou alimentos) pode levar o IPCA para um nível próximo ao de 2015, quando fechou em 10,67%.
“Há um papel da inércia da inflação. A economia é indexada, ou seja, a inflação do ano passado está sendo usada para reajustar preços neste ano”, disse Leonardo França, da Rosenberg Associados.
Uma em cada cinco famílias fechou 2015 inadimplente
Uma em cada cinco famílias brasileiras fechou 2015 inadimplente, o que representa alta de 8,4% em relação ao ano anterior. O número médio de famílias com contas ou dívidas em atraso alcançou 20,9% do total. Os dados são da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor, da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
O cartão de crédito, segundo a pesquisa, continuou como principal vilão, respondendo por 76,1% das dívidas das famílias.
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