O Brasil, considerado o quinto maior produtor de cacau do mundo, está investindo no mercado de chocolate premium.
Um grupo pioneiro nesse negócio tenta emplacar chocolates com maior teor de cacau ou com frutas amazônicas, por exemplo. Localizada no sul de Salvador, a Mandoá ficou entre os 50 melhores chocolates do mundo, no último Salão de Paris.
“Temos que deixar de unicamente exportar matéria-prima. Somos capazes de vender um produto final de alta qualidade”, conta Rodrigo Aquim, presidente da marca que leva seu sobrenome.
A produção brasileira de cacau é uma das mais preciosas do mundo, com a estimativa que 90% dela tenha destino na exportação. O chocolate brasileiro alcança a marca de 780.000 toneladas no total, sendo que a maioria desta produção é consumida dentro do território nacional.
O Brasil tem o costume de ingerir maior quantidade de chocolate ao leite, mais açucarado e aromatizado. “O paladar dos consumidores brasileiros evoluiu lentamente. Mas com o aumento no poder de compra, sobretudo, eles se voltam a produtos gourmet, como vinhos e queijos… E o chocolate de alta qualidade”, conta Caio Tomazelli, da Abicab (Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e derivados).
A produção de chocolates premium no Brasil ainda é baixa. Juntando pequenas empresas, como Amma e Montanhês, com empresas maiores, como Cacau Show e Kopenhagen, os chocolates premium correspondem a 7% da produção nacional.
De acordo com a Abicab, o Brasil tem todas as características para competir com países como a Bélgica e a Suíça. “Produzimos todas as matérias-primas no nosso território: o cacau, o açúcar e o leite. Começamos a dominar as tecnologias e formar chefs em nossas escolas de gastronomia”, conta Caio Tomazelli.
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