Com as entregas do ano praticamente encerradas, as vinícolas brasileiras projetam bons níveis de crescimento nas vendas de espumantes em 2015 em comparação com 2014, mesmo com o cenário econômico atual e a elevação dos custos de produção. Segundo o Ibravin (Instituto Brasileiro do Vinho), a categoria terá uma expansão de pelo menos 10% em volume em relação aos 16,79 milhões comercializados no ano passado.
No acumulado de janeiro a novembro, conforme o Ibravin, as empresas brasileiras venderam 17,45 milhões de litros, ante 14,98 milhões no mesmo período de 2014, com alta de 16,5%. Só em novembro, as vendas de espumantes nacionais tiveram um salto de 21,4% na comparação com o mesmo mês de 2014, para 4,49 milhões de litros.
"Mesmo com a crise o setor saiu-se bem", afirma Carlos Paviani, diretor executivo do Ibravin. As empresas reajustaram os preços para cobrir a alta dos custos de insumos e matérias-primas como energia, uvas, embalagens e rolhas, estas duas últimas fortemente afetadas pelo câmbio. A própria desvalorização do real, entretanto, contribuiu para manter a competitividade dos produtos nacionais. "Apesar de todas as dificuldades [da economia], as pessoas resolveram se premiar consumindo um bom espumante", acrescenta.
Este ano também foi atípico devido à mudança na cobrança do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) sobre espumantes e vinhos. Com a MP 690, a alíquota permaneceu em 10%, mas sem o teto de R$ 2,90 por garrafa de espumante existente até então, e a alteração antecipou entregas para novembro. Em compensação, o parecer aprovado na semana passada pela Câmara dos Deputados reduz a alíquota para 6% em 2016 e 5% a partir de 2017. Com isso, a expectativa do setor é que as encomendas voltem com força com a sanção da nova lei, esperada para o início de 2016.
Para 2016, a previsão é de um ano difícil por conta do prolongamento da crise, segundo Paviani. O diretor espera uma leve redução nos volumes em relação a este ano.
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