Uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) revelou que no 2ºtrimestre de 2015, o setor teve uma queda nominal (sem descontar a inflação) no faturamento de 6,34% em comparação com os três primeiros meses do ano. Participaram 524 empresários em todo o Brasil e verificou-se que um em cada quatro estabelecimentos operam no vermelho.
Por outro lado, foi constatado que há estabelecimentos lucrando com a situação econômica do País. Enquanto os empreendimentos com tíquete por cliente na faixa de R$ 30 a R$ 70 apresentaram queda de faturamento de até 30%, os com tíquetes abaixo de R$ 15 chegam a faturar até 15% a mais. Nos dias de hoje, o setor se incorpora de tal forma aos hábitos e necessidades do consumidor que este, ao reagir à crise, não deixa de freqüentar, mas reduz os seus gastos por refeição.
O documento mostra que aumento de renda, a maior presença da mulher no mercado de trabalho e o encarecimento dos custos de se manter uma empregada doméstica fizeram que o consumidor enfrentasse a crise buscando opções mais acessíveis nos bares e restaurantes, como, por exemplo, cortando bebidas, sobremesas e escolhendo pratos e restaurantes mais baratos, mas mantendo a freqüência.
O setor que teve menos alteração foi aquele em que o tíquete médio tem uma média de valor acima de R$ 70, devido a seu público cativo ser menos prejudicado por onda de demissões e outros problemas.
Até o fim do ano o esperado é que haja uma queda de 10% no faturamento com relação a 2014. Um ponto positivo, segundo pesquisa, é que 49% dos empresários ouvidos não deixaram de lado os investimentos em seus negócios para melhoria do ambiente como um todo.
Para enfrentar o desafio de conter os repasses de custos aos clientes para manter a clientela, o setor de alimentação fora do lar permanece investindo. Nos períodos avaliados (1º e 2º trimestres de 2015), um em cada dois empresários declararam realizar investimentos nos negócios.
A empresária Manola Nunez é um exemplo de investimento de sucesso. Em pouco mais de um ano, o restaurante Nossa Casa, da qual é proprietária se reinventou por completo. A ampliação do horário de funcionamento foi uma das apostas para o crescimento, já que passou a funcionar também como cafeteria e empórium. Além disso, a empresária investiu na estrutura interna e externa, passando pela decoração, aquisição de novos equipamentos e diversificou sua linha de produtos focando em uma culinária diferenciada, com opções de comida japonesa e peruana, por exemplo.
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