Gerenciar uma loja de bairro pode ser um desafio, especialmente quando o assunto é precificação. Muitos comerciantes se perguntam como definir preços que atraiam clientes e garantam o lucro do negócio. Uma das maiores dificuldades é equilibrar os preços com a concorrência, especialmente de grandes supermercados, e não perder rentabilidade.
Veja as dicas a seguir que podem lhe dar uma boa orientação em relação a definir o preço correto para seus produtos!
O Dilema dos Preços
É comum que clientes reclamem dos preços em lojas de conveniência, apontando que o mesmo produto é mais caro do que em supermercados. O comerciante, então, se questiona: os clientes percebem essa diferença? Quanto a mais eles estariam dispostos a pagar pela conveniência de comprar perto de casa?
Estratégias para Produtos Próprios
Quando falamos de produtos feitos na própria loja, como pães e bolos de uma padaria, a situação muda um pouco. Esses produtos podem ter um valor agregado, como a qualidade artesanal ou o frescor, o que justifica um preço um pouco mais alto. No entanto, é importante ter bom senso: não se pode cobrar um valor excessivamente alto, como três vezes o preço praticado no concorrente para um pão comum, por exemplo.
Uma prática usual é vender esses produtos com um acréscimo de 30% a 40% em relação aos similares do mercado, se for valorizada sua qualidade, diferenciando-os, como ao ter uma assinatura para o produto.
Precificação de Produtos Revendidos
Para os produtos que a loja compra de outros fornecedores para revender, é preciso ter outras estratégias.
- Produtos Notáveis: itens que representam uma boa parte das vendas (cerca de 14%) podem ser vendidos com um preço até 15% maior do que nos supermercados, pela sua forte influência de comparação e percepção de preço.
- Promoção Arrasa-quarteirão: aqueles produtos que vendem bem em promoções (cerca de 6% das vendas dos produtos de revenda) devem ter preços iguais ou até menores que os dos supermercados em períodos de oferta.
- Mix de Conveniência: em geral, a variedade é mais importante que a marca. Ter duas opções de cada item, uma marca líder e outra mais em conta, costuma funcionar bem.
Atenção dos Consumidores aos Preços
É importante lembrar que, para as compras de maior volume, os consumidores (cerca de 60%) estão de olho nos preços. Apenas uma pequena parcela (5%) não se importa com o preço em compras de emergência.
Desmistificando a Vantagem dos Grandes
Existe um mito de que os grandes supermercados sempre têm os melhores preços por comprarem em grande quantidade. Mas nem sempre é assim. Uma rede que fatura bilhões pode ter dificuldades para competir com outra, se depender apenas do volume de compras para definir os preços. A forma como o comerciante precifica seus produtos e se relaciona com os fornecedores é muito importante. Muitas vezes, pequenos comerciantes conseguem preços melhores por não terem as mesmas exigências que as grandes redes.
A Estratégia Vence o Volume
No final das contas, ter uma boa estratégia de precificação é mais importante do que simplesmente comprar mais barato. É preciso saber gerenciar o mix de produtos, posicionar os preços de forma inteligente e construir boas relações com os fornecedores. Com as estratégias certas, é possível encontrar o equilíbrio entre oferecer preços justos para os clientes e garantir a saúde financeira do negócio.
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