Um ajuste de processos é sempre importante... Rotinas são importantes, mas podem ser desgastantes ou mesmo nos deixar tão acostumados a ela que podemos desempenhar nossas tarefas sem ao menos perceber que algo de errado aconteceu. Quem nunca passou pela situação de fazer um trabalho da mesma forma como todo dia e de repente alguém lhe mostrar um erro que você nem percebeu?
E dentro de uma rotina altamente agitada como a das empresas de panificação e confeitaria, em que processos são executados repetitivamente, muitas vezes de forma automática, nem sempre falhas são percebidas. As pessoas ficam tão envolvidas diante de tantas preocupações que determinadas situações passam despercebidas ou não recebem a devida atenção ou importância.
A demanda de trabalho nas panificadoras e confeitarias é muito grande e falhas acontecem, é claro. Isso não quer dizer que não devemos cuidar para que ocorram o mínimo possível. Uma rotina produtiva ou uma formulação de produto que não seja adequada é um prejuízo muito maior para o negócio. A perda de matérias-primas, de produtos prontos, ou na utilização de mão de obra empregada num processo não adequado é muito maior.
Como corrigir falhas na execução de processos?
Para corrigir falhas, desenvolver treinamentos é a principal estratégia. A equipe só reconhece aquilo que domina. Oferecer aos funcionários informações sobre as atividades que estão executando permite que os próprios conheçam bem melhor suas ações. Particularmente em relação às receitas, é importante que o pessoal saiba reconhecer os ingredientes, seu estado de qualidade ideal para entender determinados problemas. Além da importância de cada um deles na elaboração dos produtos e saber de que forma eles reagem com outros ingredientes.
Entendendo todo o processo, fica mais fácil de reconhecer falhas nos processos e ajustá-los de forma natural. Quando o conhecimento é disseminado, as pessoas conseguem desenvolver melhor suas atividades. Se determinado produto está saindo constantemente queimado ou com algum outro problema de formulação, por exemplo, muitas são as possibilidades de origem dos erros. E uma equipe com mais conhecimento consegue reconhecer as falhas, onde os problemas ocorreram e como realizar os ajustes.
De acordo com a área de atuação do funcionário, ele precisa de um nível de conhecimento mais aprofundado para executar suas atividades. O pessoal da produção precisa saber reconhecer determinadas características nos insumos diferentes dos responsáveis e isso implica diretamente na forma que eles são treinados e capacitados dentro da organização. É preciso diferenciar as atividades e destacar as características de cada setor.
Quando todos estão alinhados do seu papel para o resultado final do produto, vão além de executar atividades. Isso se reflete de várias formas positivas para o negócio, desde a redução de perdas, o oferecimento de produtos com maior qualidade, o aumento de produtividade e o aperfeiçoamento da própria rotina. Todo o negócio sente o impacto das mudanças positivas.
Invista na formação da equipe para acabar com erros de processo
Capacitar os funcionários é fundamental para que eles possam perceber problemas na rotina produtiva e procurar soluções. Mas é possível facilitar esse entendimento, por meio de um gabarito que ajude na identificação de falhas e na origem dos seus problemas. Tal registro ajuda na elaboração de processos, evitando que se perca um longo período de tempo na identificação das falhas, auxiliando na disseminação das informações para a equipe da empresa.
Veja um exemplo em relação à qualidade do pão de queijo. A tabela permite identificar o estado do produto através de sintomas percebíveis, sua causa e uma solução recomendável.
Sintomas
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Possíveis causas
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Correções
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• Pão de queijo com muito volume e oco.
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• Uso de uma quantidade maior de ovos e menor de água.
• Pouco queijo na massa.
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• Usar as quantidades corretas de ovo e água.
• Aumentar a quantidade de queijo.
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• Miolo com “caroço”
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• Mistura incorreta.
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• Misturar corretamente, adicionando os líquidos aos poucos.
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• Produto final com lastro achatado (para pão de queijo e biscoito de polvilho).
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• Massa mole.
• Demora ao modelar e levar a massa ao forno.
• Contaminação de matérias-primas contendo enzimas.
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• Corrigir a quantidade de ovos e líquidos.
• Modelar e assar a massa logo após o seu preparo.
• Manter as embalagens das matérias-primas sempre fechadas.
• Só usar utensílios separados para o produto.
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• Crosta muito corada.
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• Forno muito quente.
• Produto muito tempo no forno.
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• Diminuir a temperatura do forno.
• Assar por menos tempo, em temperatura correta.
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• Crosta muito clara (para pão de queijo e biscoito de polvilho).
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• Forno muito frio.
• Produto mal assado.
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• Assar em temperatura mais elevada.
• Aumentar o tempo de forneamento.
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Com isso qualquer colaborador do setor pode auxiliar na percepção das falhas e corrigir para um produto de qualidade. Vale fazer algo semelhante com todos os itens fabricados e deixar o conjunto sempre à mão, dentro do setor de produção.
Quanto mais houver um acompanhamento dessa rotina, criando referências sobre o processo ideal, as falhas que podem ocorrer, suas causas e como corrigi-las, maiores as chances de termos uma produção sem perdas, sem falhas e sem desperdícios. O que repercute em produtos com melhor padrão de qualidade e maio aceitação do cliente, que é o que todos desejamos, não é mesmo?
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