A crescente concorrência com bebidas mais baratas como néctares e refrescos de múltiplos sabores continua a derrubar o consumo de suco de laranja no mundo. Estudo recém-concluído pelo Markestrat (Centro de Pesquisas e Projetos em Marketing e Estratégia), consultoria com sede em Ribeirão Preto (SP), mostra que em 2016 a queda em relação ao ano anterior, que também sofreu a influência da redução da oferta, foi de 1,3%, para 1,954 milhão de toneladas equivalentes ao produto concentrado e congelado (FCOJ).
Foi a sétima retração anual consecutiva, o que manteve o volume no mais baixo patamar desde os anos 1980. Em relação a 2003, início da série histórica do trabalho, o volume do ano passado foi 18,5% menor. A preços atuais, esse encolhimento equivale a perdas acumuladas no período da ordem de US$ 4,2 bilhões, de acordo com cálculos da CitrusBR (Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos), patrocinadora do estudo.
"São mais de 500 milhões de caixas [de 40,8 quilos] de laranja que deixaram de ser consumidas quando tomamos por base o patamar da demanda global de suco de 2003 e assumindo que, ao menos, ela poderia ter se mantido estável. Mas a queda parece ter perdido fôlego, o que é bom", diz Ibiapaba Netto, diretor-executivo da CitrusBR, que representa as grandes indústrias exportadoras de suco brasileiro (Citrosuco, Cutrale e Louis Dreyfus). O Brasil responde por mais de 80% dos embarques globais de suco de laranja. Em 2014, o consumo global da bebida recuou 2,6% em relação a 2013, e em 2015 a variação negativa foi de 3,6%.
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