Mais do que nunca, experiência importa no varejo. E este foi um dos temas mais frequentes durante o Retail’s Big Show, o maior congresso de varejo do mundo, que acontece nesta semana em Nova York, organizado pela NRF (National Retail Federation), a associação de varejo dos Estados Unidos.
“Não há dúvidas de que a gente tem visto uma mudança no modo como os consumidores compram e se comportam”, afirmou Linda Kirkpatrick, vice-presidente executiva de desenvolvimento de mercado para os Estados Unidos da MasterCard.
Segundo ela, consumidores de todos as faixas etárias estão mais dispostos a gastar mais com experiências do que com coisas e estão mais interessados em varejistas que ofereçam experiências pessoais, customizadas, digitais e sociais.
Neste cenário, ganham negócios que já atuam neste sentido, como a Shoes of Prey e a Indochino. As empresas estão criando produtos customizados de forma que eles sejam experiências únicas e memoráveis para os consumidores.
A Shoes of Prey, por exemplo, permite que os consumidores desenhem os próprios sapatos usando ferramentas digitais. A Indochino, por sua vez, permite que consumidores customizem ternos.
Jodie Fox, co-fundadora e CCO da Shoes of Prey, e Drew Green, CEO da Indochino, debateram, durante o evento, como o varejo de experiência está mudando todo o setor e como a customização de massa e a produção sob demanda é a chave para o futuro do varejo.
“Pensamos no nosso negócio mais como a venda de uma experiência do que como a venda de um produto”, afirmou Green. “A produção sob demanda criará um mundo totalmente novo”, acrescentou Fox.
E nesse debate, tecnologia é a chave, pois permite capturar o que os consumidores querem e produzir peças da maneira mais eficiente, confortável e única possível.
Segundo os executivos, enquanto a customização de massa não parece ser praticável e acessível para todos os varejistas, a produção sob demanda e a impressão 3D abrem portas para um mundo novo.
Como parte desse mundo de experiência, a Indochino, que nasceu na internet, está abrindo lojas, que atuam como guias que ajudam os consumidores a criarem o terno perfeito.
O desafio, afirma Green, é manter o foco na experiência do cliente, apesar do rápido crescimento da marca. “Não importa o tamanho da companhia, nunca perca a mentalidade e cultura de startup”, indicou o executivo para a audiência.
Para o futuro, Fox, da Shoes of Prey, vê o cliente entrando em um closet, onde diz para um computador o que ele gostaria de vestir naquele dia e o closet futurístico produz a roupa enquanto o cliente está no banho.
“O modo como temos ideias como essa é colocando o cliente no coração de tudo. Você deve se colocar no lugar do cliente e imaginar o que faz uma experiência divertida e conveniente pra ele”, afirma Fox.
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