Na crise, as empresas estão lançando produtos em formatos menores para não perder o consumidor, segundo a consultoria Kantar Worldpanel, especializada em comportamento de consumo. Entre 2014 e 2015, o número de lançamentos passou de 2,7% da cesta de compras do brasileiro para 5,3%, de acordo com levantamento divulgado nesta terça-feira (20).
"Teve uma aposta em embalagens menores principalmente de alimentos", afirma Christine Pereira, diretora comercial da Kantar. Em 2015, cerca de 9% dos produtos lançados tiveram alguma mudança de formato, como o tamanho.
"O desemprego cresce, a renda média do consumidor cai, as pessoas abrem mão do volume, mas não da categoria. Elas levam embalagens menores para manter a marca", afirma. "E as empresas precisaram inovar. Se a marca não inovar, não diminuir a embalagem, o consumidor vai deixar de comprar", avalia.
Do total de lançamentos, 47,5% foram produtos novos na mesma categoria -higiene e beleza, alimentos ou limpeza, por exemplo- e 43,9% são novas marcas.
As incertezas econômicas que afetam a população também minaram o otimismo do brasileiro com o futuro, mostra a pesquisa da Kantar. Se 80% dos consultados estavam otimistas com a situação do país em 2011, esse percentual caiu para 32% neste ano.
O otimismo também recuou nas perspectivas para a situação pessoal dos entrevistados. Em 2011, 86% das famílias expressavam entusiasmo com o momento econômico, enquanto hoje só 67% fazem o mesmo. Parte da explicação se deve à queda da renda real entre 2015 e 2016, de 5,36%.
A crise causou algumas alterações nos hábitos de lazer também, diz Patrícia Beber, diretora geral da Kantar. "As pessoas estão fazendo mais encontros sociais dentro de casa, consumindo de forma mais eficiente. O consumo em família vem aumentando. Queremos agora saber o que elas estão consumindo em casa", complementa.
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