Para não se deixar consumir pela crise, donos de padarias da Baixada Fluminense tiveram que botar a mão na massa. Mas não para fazer apenas os tradicionais pãezinhos. Eles se reinventaram e foram em busca da satisfação das necessidades do freguês, comercializando produtos diferentes e promovendo eventos fora da rotina normal dos estabelecimentos.
Em São João de Meriti, Cláudia da Rocha Bastos, sócia da Padaria Bonifácio, há 47 anos no mercado, comemora a proeza de não ter demitido um único funcionário nesse período de recessão da economia. Mas também não houve contratações esse ano. Ela investiu em festivais para atrair mais público:
— No Dia das Crianças, fiz uma programação especial. Contratei recreador, personagens, até me vesti de Branca de Neve. Não vendemos refeição, mas, nesse dia, servimos para os pais. Em setembro, fizemos um festival de morango. No frio, servimos caldos. Quinta-feira, vamos ter uma cantata de Natal com coral de 90 pessoas. Nos festivais, o movimento aumenta cerca de 40%.
Já a Padaria Flor da Vila, em Caxias, aumentou o quadro de funcionários. Fechou o ano com dois a mais. O movimento cresceu 50% graças à venda de um novo produto.
— Não fomos afetados pela crise, mas esse ano começamos a vender doces finos para atrair mais clientes — afirmou a gerente Luciene Silva Magalhães.
De acordo com o Sindicato das Indústrias de Massas Alimentícias, Panificação, Confeitaria e afins da Baixada Fluminense (Simapan), apesar da crise econômica, o ano foi próspero para o ramo de padarias na região, inclusive com o aumento do número de lojas.
— Começamos o ano com 2.000 padarias em toda a Baixada e terminamos com 2.200, ou seja, um aumento de 10% — diz o presidente do Simapan, Henrique Balbino Seita.
Balbino explicou ainda que as empresas adotaram a diversificação como regra de ouro:
— A cada dia mais serviços são ofertados, novos produtos e receitas transformam a panificação e a confeitaria de hoje em agradáveis espaços gastronômicos, preparados para receber, surpreender e fidelizar os clientes.
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