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Padarias reforçam concorrência com restaurante na oferta de ceia natalina
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Padarias reforçam concorrência com restaurante na oferta de ceia natalina
Panificadoras ampliam mix de panetones e refeições prontas para Natal e Ano Novo. O objetivo é elevar as receitas e atrair clientes que procuram economizar gastos evitando comer fora de casa
por Sammy Eduardo (DCI)
25/11/2016

A concorrência entre padarias e restaurantes ficará ainda mais acirrada nesta reta final de ano. Isso porque, em busca de receitas adicionais, as panificadoras ampliaram a oferta de ceias prontas para as festas de Natal e Ano Novo, o que pode atrair os consumidores 'apertados' financeiramente após um ano de crise.

A renda extra com a venda de pratos prontos também deve servir para que as redes melhorem seu desempenho em 2016. Segundo o presidente do Instituto Tecnológico da Alimentação, Panificação e Confeitaria (ITPC), Márcio Rodrigues, a projeção é que o setor encerre 2016 com um faturamento de R$ 87 bilhões, o que representaria uma acréscimo de 3% sobre a receita obtida em 2015, de R$ 84,7 bilhões.

"Os indicadores provam uma desaceleração do setor, mas com sinais de melhora na economia. No primeiro semestre percebeu-se uma forte queda no consumo devido à perda de renda. Já a segunda metade do ano mostrou uma adaptação por parte das empresas ao novo perfil do consumidor, ofertando produtos de menor valor agregado e mais acessíveis ao cenário de contenção de custos", observa Rodrigues.

Neste sentido, a Padaria Brasileira busca atrair o cliente neste final de ano justamente pelo bolso. Com ceias que custam, em média, R$ 500 - mas que podem atender dez pessoas e chegar a ter 70 itens -, a intenção é fisgar o consumidor que comemoraria o evento em restaurantes, onde os gastos poderiam ser maiores. "Nossa intenção é vender 5% mais ceias em relação ao ano passado, quando os clientes já estavam buscando o nosso produto em detrimento do gasto fora do lar", explica a gerente de marketing da Padaria Brasileira, Eveline Godoi.

Naquele ano a rede, que possui cinco lojas próprias e outras cinco no modelo franquia, calculou a comercialização de cinco toneladas de alimentos voltados aos almoços e jantares de final de ano.

Apesar de parecer pouco, o montante representou quase 3% de todo o faturamento anual da rede. Neste ano, a intenção é ultrapassar a marca.

"Nós incluímos nessa temporada a opção com medalhão de filet mignon, que acreditamos que terá boas vendas. Também temos os tradicionais peru e frango, mas estamos apostando nas carnes. Elas devem ter maior saída", prevê.

Os tradicionais panetones também fazem parte da estratégia para engordar a receita. A rede decidiu apostar em novos sabores, como os de Nutella e Floresta Negra, que podem ser embrulhados para presente.

"Eles têm boa saída. Acredito que vamos vender 15% a mais panetones este ano do que vendemos em 2015. Investimos na embalagem para presente porque o cliente está oferecendo o produto para seus amigos e familiares", diz.

Para o ano, a Padaria Brasileira estima igualar os resultados obtidos com os alcançados no ano passado. Se as vendas surpreenderem em dezembro, é possível registrar avanço.

"A frequência de consumidores caiu e o tíquete médio se manteve. Mas o último mês é sempre mais forte", observa.

Para 2017, a empresa pretende aplicar ao menos R$ 6 milhões na reforma de duas unidades. A intenção é atrair novos consumidores.

Dezembro forte

A concorrente Big Bread vai na mesma linha. Panetones, tortas e ceias devem ser o carro chefe da rede, que possui três unidades na cidade de São Paulo, em dezembro.

Assim como para a Padaria Brasileira, o último mês do ano é o mais relevante para a rede, já que é nele que se obtém entre 12% a 15% do faturamento de todo o ano fiscal, de acordo com sócio-proprietário da Big Bread, Luciano Carvalho.

"Maio e dezembro são os principais meses para a rede. Nos outros meses, a contribuição para o faturamento do ano é de aproximadamente 8%. Por isso desenvolvemos algumas coisas novas, como panetones especiais e as ceias prontas, além de pavês e tortas", conta.

No ano passado, a Big Bread vendeu em torno de 300 quilos de alimentos através das ceias de Natal e Ano Novo. Neste ano, porém, o objetivo é ultrapassar a marca de 400 quilos.

Para os panetones a previsão é de comercializar um volume de cinco mil unidades. "Criamos até [panetone] com sabor de churros e de bem casado. Ele têm boa aceitação. Acredito que vamos atingir a meta", comentou ele ao DCI.

Para o ano, a rede prevê comemorar uma elevação de 15% no faturamento. Os números estimados, no entanto, não foram divulgados.

No ano que vem, a Big Bread deve inaugurar outra unidade, desta vez no bairro da Aclimação, zona sul de São Paulo. A obra está prevista para acabar em novembro de 2017, pouco antes do último e mais importante mês para a rede: dezembro. Rodrigues, do ITPC, crê que o próximo ano seja melhor para o setor como um todo.

"A expectativa é que o ano comece melhor do que o início de 2016, muito em função da recuperação [econômica], mas também da adaptação das empresas e seu crescimento de faturamento. Como a mudança de mercado foi abrupta, as empresas passaram este ano se ajustando", afirma.

 
 
 
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