Quais são os fatores que determinam a escolha de um supermercado em detrimento de outro? Quanto tempo o consumidor está disposto a despender para escolher em qual loja ir? Agora, o consumidor está gastando mais ou menos? Para encontrar estas e outras respostas a unidade de pesquisa da XP Investimentos, o XPCheck, realizou estudo com 1.048 consumidores do Estado de São Paulo.
A pesquisa constatou que preço ainda é fator determinante para a escolha de uma bandeira de supermercados, sendo mencionado por 31% dos entrevistados. Na mesma linha, as promoções são citadas por 17,65% dos entrevistados. Outro dado importante é que o gasto por compra nos supermercados está 69% maior.
Um dos dados mais interessantes do estudo é que o modelo de hipermercado ainda é o escolhido por 58% dos entrevistados, apesar de estar perdendo relevância no mundo inteiro. Por aqui, por exemplo, grandes players, como o Carrefour, tem redesenhado seus hipers em busca de maior relevância. Segundo o estudo, a proposta de valor “encontre tudo em um só lugar”, geralmente oferecida pelos hipermercados é o que faz os consumidores frequentarem os hipermercados.
Entre aqueles que não frequentam o modelo, o motivo é o fato de nunca terem frequentado hipermercados, o que aponta uma resistência de parcela significativa dos consumidores a experimentar realizar compras neste formato. “Pode-se inferir essa resistência como uma das causas crônicas da queda perene no desempenho das vendas dos hipermercados em diversos mercados ao redor do mundo”, avaliaram os especialistas.
Em busca de melhores preços, os consumidores estão dispostos a andar um pouco mais, porém nem tanto: até 10 minutos, segundo 48% dos pesquisados. Outros 32% estão dispostos a gastar 20 minutos se deslocando até um varejista mais em conta. Segundo os especialistas do XPCheck, “esse resultado reflete uma oportunidade para as lojas de proximidade e por outro lado uma ameaça aos hipermercados e atacarejos”.
“Os números reforçam a janela de oportunidade que as mudanças sócio-culturais nas grandes e médias zonas urbanas trouxeram para o varejo de proximidade. Os consumidores hoje possuem menos tempo disponível para as compras, os bairros possuem mais trânsito, mesmo em cidades de tamanho médio, e os apartamentos são historicamente os menores, o que fez com que fosse demandado um formato de varejo que fosse conveniente por estar próximo ou no caminho de casa e do trabalho e que funcione como uma dispensa ‘out of home’”, avaliam.
Por outro lado, os atacarejos não estão no caminho dos consumidores, que precisam se deslocar mais para chegar até esses modelos. No longo prazo, dizem os especialistas, essa distância pode ser um sinal amarelo.
“Resultado da crise econômica, que reduziu o poder de compra das famílias, o atacarejo está surfando a onda da demanda por menores preços e das compras de estocagem, porém a pesquisa chama atenção para a tendência de que conforme a relevância dos preços caia para as famílias, a disposição a se deslocar para os atacarejos também se reduza, visto que lojas como Atacadão, Assai, Makro estão em regiões afastadas dos centros urbanos. Portanto, não se deve esperar desempenho semelhante ou próximo do atual para o modelo no longo prazo”, analisam.
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