A crise econômica e a queda na renda modificaram os hábitos do consumidor e vêm refletindo fortemente na rotina de compras dos estabelecimentos comerciais, até mesmo os que comercializam bens essenciais. O varejo de gêneros alimentícios, em especial, tem um alento: foi o último a ser fortemente afetado pela recessão e dá sinais de ser o primeiro a sair dela, principalmente em termos de geração de postos de trabalho, segundo análise do Sincovaga (Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios do Estado de S. Paulo).
Dados recentes sobre emprego mostram que o setor parece começar a “respirar”. Um aparente processo de retomada que não chega a ser um real processo de recuperação, que pode demorar anos, mas ao menos um início de reação está ocorrendo inicialmente em São Paulo e, mais especificamente, no setor de não-duráveis.
A rigor, em termos de emprego, enquanto o varejo em geral iniciou um processo de demissões no final de 2014 e passou o ano todo de 2015 reduzindo o número de postos de trabalho, esse efeito somente ocorreu no varejo de gêneros alimentícios a partir de 2016. Da mesma forma, enquanto o varejo em geral sofria desde 2014 com queda nas vendas, esse fenômeno só atingiu a venda de gêneros alimentícios ao final de 2015, começo de 2016, com um ano de diferença.
“A saída da crise não está sendo linear, e o segmento de não-duráveis começa a mostrar que está deixando os piores momentos para trás, mais rapidamente do que outros segmentos do Varejo. Não é coincidência que o mesmo ocorre com o emprego. No varejo, principalmente em São Paulo, já há sinais claros de retomada, após um ano de 2015 muito ruim e um início de 2016 que chegou a assustar pela velocidade de fechamento de postos de trabalho”, afirma Alvaro Furtado, presidente do Sincovaga.
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