Em meio a crise na economia, que aumentou as taxas de inadimplência e restringiu o acesso ao crédito, 80% dos brasileiros fizessem cortes e ajustes no orçamento, segundo aponta pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL).
O levantamento também indica que 42,2% dos consumidores inadimplentes não têm conhecimento sobre o número de parcelas das compras a crédito que serão pagas no próximo mês. Além disso, três em cada dez (33,9%) não sabem ao certo o valor das contas básicas e 40,3% desconhecem até mesmo sua renda total.
A pesquisa foi feita entre os meses de junho e julho deste ano.
Para o educador financeiro do SPC Brasil, José Vignol, os resultados da pesquisa revelam que os problemas com dívidas em atraso impõem restrições consideráveis ao consumo, obrigando os consumidores a rever o orçamento e se adaptar à nova condição.
"Caso não haja a possibilidade de adotar medidas para aumentar a renda, os inadimplentes se veem obrigados a abandonar hábitos de compra, trocar marcas tradicionais por outras mais acessíveis e deixar de adquirir determinados itens em favor de outros que são prioritários. São mudanças impactantes no padrão de vida, mas é fundamental para que as pessoas consigam obter sobras financeiras no orçamento e possam pagar as dívidas pendentes”, afirma o educador financeiro.
O levantamento ainda aponta que 77,7% abriram mão de coisas que consumiam antes; 75,9% deixaram de fazer compras parceladas; 71,4% passaram a evitar comprar roupas e calçados; 64% deixaram de sair com amigos e familiares para bares e restaurantes e 56,6% cortaram alimentos supérfluos.
“Seja qual for o motivo que levou o consumidor a tornar-se inadimplente, uma coisa é certa: deixar de acompanhar atentamente as próprias finanças e contas só piora as coisas, pois só assim é possível viver dentro do padrão de vida adequado à sua realidade.”
Quando perguntados sobre quais são as prioridades financeiras, as mais citadas foram a compra de alimentos, produtos de higiene e limpeza (43,9%), seguido pelo pagamento no prazo das contas mensais, como luz e telefone (30,6%) e o pagamento das dívidas em atraso para limpar o nome (11%).
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