As indústrias de cerveja que operam no País reforçaram a distribuição como estratégia para garantir vendas, mesmo em um mercado ainda retraído. A aposta mais recente da Ambev, maior competidora no mercado, foi o lançamento de um serviço de entrega de cervejas para consumidores das cidades de São Paulo, Ribeirão Preto (SP) e região do ABC Paulista.
Os consumidores podem fazer pedidos pelo site Zé.Delivery e distribuidoras, bares ou supermercados cadastrados fazem a entrega da bebida gelada em casa, em até uma hora. Os preços são similares ao de mercados de bairro. Para a entrega, os estabelecimentos filiados cobram uma taxa de entrega, que varia de acordo com a distância até a casa do consumidor.
Guilherme Lebelson, diretor de comércio eletrônico da Ambev, diz que a companhia ainda está em fase de captação de parceiros e, por isso, o número de empresas cadastradas muda diariamente. "É um serviço novo, a intenção agora é aperfeiçoar a plataforma, mas há possibilidade de expansão para outras cidades futuramente", diz.
A Ambev já havia reforçado a distribuição para estabelecimentos comerciais, principalmente redes de supermercados, hipermercados e lojas de conveniência, seguindo a tendência dos consumidores de ir menos a bares e restaurantes e consumir mais bebidas alcoólicas em casa. Apesar do esforço, a companhia fechou o primeiro semestre deste ano com uma queda em vendas no País de 6,7% em volume, superior à baixa apresentada pelo setor de cerveja como um todo, de 2,2% no período.
A expectativa para a Ambev é de que haja uma melhora no desempenho no terceiro trimestre, por conta do reforço de distribuição e de uma tendência de aumento do consumo de cerveja no período mais quente do ano.
Heineken
Já a Heineken, terceira maior competidora no mercado brasileiro, atrás do Grupo Petrópolis, reforça o portfólio no País. Eduardo Picarelli, diretor de marcas "mainstream" da Heineken Brasil, disse que ampliou neste ano a distribuição da Amstel nos bares e supermercados de São Paulo e Rio de Janeiro - onde a marca foi lançada inicialmente - e ampliou o portfólio da marca, com o lançamento recente das latinhas de 269 mililitros e latão de 473 ml. "Hoje, a Amstel está presente em cerca de 95% do autosserviço das praças de São Paulo e Rio de Janeiro", afirmou o executivo.
Além disso, segundo Picarelli, a marca está sendo expandida para outras praças como Ribeirão Preto, Recife, Florianópolis e Brasília. O sistema de distribuição, no entanto, não sofreu alteração. A companhia mantém uma parceria no Brasil com a Coca-Cola para distribuir suas marcas e usa a mesma estrutura de distribuição da marca Heineken para entregar outras marcas.
A Heineken também anunciou recentemente a sua decisão de começar a produzir no Brasil o seu barril de cerveja Heineken de 5 litros, para reforçar vendas para consumidores que trocaram a ida a bares por festas em casa. No primeiro semestre, a Heineken registrou crescimento de dois dígitos em vendas no Brasil.
No mundo, a empresa encerrou o primeiro semestre com lucro líquido de € 586 milhões, queda de 48,8% em comparação ao mesmo intervalo de 2015. Em receita, o avanço foi de 2%, para € 10,1 bilhões.
Brasil Kirin e Grupo Petrópolis
A Brasil Kirin, por sua vez, reforçou a distribuição principalmente em redes de supermercados, com as marcas Devassa, Eisenbahn e Baden Baden. A companhia reportou um prejuízo operacional de 7 bilhões de ienes (R$ 225,2 milhões) no primeiro semestre, ante prejuízo de 600 milhões de ienes (R$ 109,3 milhões) no mesmo intervalo de 2015. A receita teve queda de 21% no período, chegando a 50,7 bilhões de ienes (R$ 1,63 bilhão).
O Grupo Petrópolis é outro concorrente que tem buscado ampliar a distribuição, principalmente das marcas de valor agregado mais alto, como Black Princess e Petra.
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