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Cupom é saída para diluir efeito da crise
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Cupom é saída para diluir efeito da crise
Na briga pelo cliente. Entre os ramos mais pressionados pela recessão, como o de alimentação fora do lar e entretenimento, a estratégia de negócio pode incrementar as vendas em até 10%
por DCI
11/08/2016

Setores que têm sido mais afetados pela crise econômica, como o de alimentação fora do lar e do entretenimento, vêm buscando alternativas para aumentar as vendas. Uma delas é a parceria com sites de cupons de desconto, que, em alguns casos, pode aumentar os negócios em até 10%.
 
A rede de lanchonetes Johnny Rockets, por exemplo, relatou aumento de 9,5% a 10% em suas vendas com a plataforma Groupon. O diretor-geral da rede, Alan Torres, apontou que a ferramenta, além de ser um canal de marketing para a marca, é um excelente agregador de vendas. "A pessoa compra uma oferta e quando chega ao restaurante acaba consumindo outros itens também", disse.
 
O gerente afirmou que a estratégia auxilia na captação de novos clientes. A "gente atende 110 mil pessoas mês com um acréscimo de 10 mil da plataforma", diz.
 
Segundo o proprietário da Pizzaria Monte Vero, Antônio Carvalho, 90% dos clientes da casa vêm da plataforma Peixe Urbano. "Antes da crise econômica a gente vendia 10 mil cupons/mês na plataforma, hoje o número subiu para 18 mil cupons/mês", afirmou o executivo ao DCI.
 
No site de descontos, a pizza de R$ 80 sai por um preço final de R$ 25,90. "Apesar da diferença de preço, conseguimos ganhar em volume, uma vez que as pessoas também procuram alternativas para continuarem consumindo por um preço mais barato", disse.
 
Segundo o empresário, que utiliza a plataforma há seis anos, houve alta de 80% na compra de cupons durante a recessão no País, o que tem ajudado a manter a rentabilidade do negócio.
 
Entretenimento e saúde

 
Outro setor que tem sentido forte os efeitos da crise é o de entretenimento. No parque de diversões Hopi Hari, por exemplo, começou a adotar o uso de cupons em 2014, mas o fortalecimento da estratégia se deu este ano. "Em 2014 as pessoas usavam os vouchers para outras opções e não entretenimento. No setor de diversões ainda era um movimento tímido", diz o diretor de marketing do Hopi Hari, Flávio Carrera.
 
Segundo o executivo, diante ao atual cenário econômico e com a alta do dólar, as pessoas não conseguem viajar com a mesma frequência de anos anteriores, o que para ele é um bom negócio. "Com a diminuição de viagens para o exterior, a ferramenta de descontos está sendo uma excelente oportunidade para fomentar as opções de entretenimento dentro do nosso País", disse.
 
O executivo afirmou ainda que o parque teve aumento de 30% de visitação em relação ao primeiro semestre de 2015. "Nos tornamos opção em conta dentro do atual cenário econômico. A adesão ao Peixe Urbano foi uma forma de atrair mais pessoas para o parque."
 
As entradas para o parque custam R$ 129 na bilheteria e R$ 99 no site. Na plataforma do Peixe Urbano, o preço pode ser reduzido em até 20%.
 
Outro segmento que tem se apoiado nos cupons para ganhar mercado e diminuir o impacto da recessão é o de bem estar. Exemplo disso, o Kan Beni SPA começou a fazer ofertas na plataforma em setembro do ano passado. A proprietária Raquel Bariani relatou que durante o período de crise houve uma queda de 40% na procura pelos serviços. Hoje o estabelecimento atende uma média de 250 vouchers por mês e teve aumento de 30% a 35% na procura dos produtos em oferta.
 
"Resolvemos aderir os vouchers porque estávamos com alguns serviços ociosos, como os procedimentos relaxantes de massagens e ofurô. Hoje consigo manter minha equipe de massagistas e fisioterapeutas por conta das promoções e pacotes disponíveis na plataforma", disse a proprietária.
 
Os serviços custam de R$ 89 a R$ 129, dependendo do pacote. O valor fora da ferramenta varia entre R$ 700 a R$ 750.
 
Se reestruturando
 
Os sites de vendas coletivas surgiram no Brasil em 2010, sendo o Groupon o primeiro no País. Durante o fervor da ferramenta, pequenos e médios negócios começaram a enfrentar problemas por não conseguirem atender a grande quantidade de vouchers. Com clientes e estabelecimentos decepcionados, o modelo se reestruturou. "O Groupon é uma empresa inovadora e atenta às tendências de mercado; por isso, nós mudamos de estratégia para atender a uma determinada demanda e suprir às necessidades de nossos clientes. Entendemos que o modelo evoluiu", disse ao DCI, o diretor do Groupon Brasil João Pedro Serra.
 
Segundo o diretor de marketing do Peixe Urbano, Adalberto DaPieve, hoje estão disponíveis na plataforma centenas de ofertas e usuário pode escolher a que ele quiser. "As compras se tornaram menos impulsivas, porque não é mais necessário um número mínimo de compradores para ativar uma oferta, como é feito na compra coletiva. Isso viabilizou atendimento de qualidade para os estabelecimentos e satisfação para os clientes que adquirem as ofertas", comentou.
 
De acordo com o executivo, o Peixe Urbano conta hoje com 13 mil estabelecimentos cadastrados em sua plataforma. Este ano a meta é elevar em 150% o número de parceiros.
 
Para o concorrente Groupon, a mudança de compra coletiva para site de descontos resultou em aumento no número de parceiros e clientes. "Nós atribuímos esse aumento à possibilidade dos consumidores realizarem buscas pelos serviços desejados em nosso site ou pelo aplicativo. Além disso, a mudança permitiu que pequenas e médias empresas anunciassem as ofertas em nossa plataforma, de acordo com a capacidade", disse João. Globalmente, o site tem mais de um milhão de parceiros e 1 bilhão de ofertas vendidas.

 
 
 
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