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10 ideias para práticas sustentáveis nas padarias
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10 ideias para práticas sustentáveis nas padarias
por Por Márcio Rodrigues & Associados
23/01/2024

Você já deve ter percebido que há dias em que ao longo das 24 horas temos uma amostra de cada estação do ano: faz calor, esfria, chove, venta muito, o tempo esquenta de novo... Há pouco tempo tivemos ondas de calor no Brasil com temperaturas bastante altas e outros países também experimentaram esse mesmo fenômeno ou picos de baixas temperaturas.

Cientistas alertam não é de hoje que precisamos todos nos conscientizar e cuidar melhor do nosso planeta. E isso inclui não só nosso comportamento em casa, mas também o posicionamento das empresas com relação à sua atuação no mercado. Dessa forma, a adoção de práticas sustentáveis é algo cada vez mais latente e buscado por em­presas de diferentes setores.

Até porque, o comportamento do consumidor também tem mudado e incorporado essa visão de não agressão ao ambiente. Muitas pessoas se mostram preocupadas com essa questão, buscando produtos saudáveis e que agridam menos à natureza.

E o mercado de alimentação, panificação e confeitaria também está dentro desse universo. Em todo o país temos vários exemplos de empresas que já adotam práticas sustentáveis, desde projetos que privilegiam ao máximo a luz natural, uso de embalagens oxibiodegradáveis, redução no uso de plástico, entre outras formas.

Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS)

Aqui no Brasil, a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), prevista na Lei 12350/10 de 2010, tem por objetivo evitar e prevenir a geração de resíduos sólidos. Este projeto visa à promoção de uma cultura sustentá­vel aumentando a reciclagem, reutilização e fins adequados aos resíduos sólidos em que a responsabilidade deste processo é atribuída como sendo desde o governo aos fabrican­tes, comerciantes e consumidores. Em arti­gos próximos abordaremos especificamente este tema.

O PNRS enfatiza a adoção de práticas e há­bitos de consumo sustentável e mesmo a adoção de ações que resultem na reutilização de resíduos sólidos e destinação ambien­talmente correta de rejeitos. É importante que os empresários conheçam essas ações de proteção ambiental, para que possam também levar essa consciência para dentro de seus negócios.

Como ter práticas sustentáveis na minha empresa?

Alguns aspectos descritos na Po­lítica Nacional de Resíduos Sólidos são:

a) Redução de resíduos;

b) Ações ambientais;

c) Reciclagem;

d) Reutilização;

e) Não geração (de resíduos);

f)  Logística reversa.

E todos estes podem ser praticados nas empresas de alimentação, panificação e confeitaria. Acompanhe, por exemplo, dez grupos de ações que podem ser aplicadas:

1- Redução no consumo de água:

  • Uso consciente: a simples orientação sobre como lavar os utensílios da forma correta já ajuda a reduzir o desperdício. Vale realizar na empresa uma campanha de conscientização, explicando, por exemplo, a importância do não desperdício de água.
  • Reutilização da água do ar condicionado ou água da chuva: pode se reutilizar a água do ar condicionado na limpeza de ambientes. Há ainda empresas que se organizam para recolher água da chuva, utilizando-a também na limpeza, por exemplo.
  • Vazão controlada de água nas torneiras e vasos: já existem no mercado exemplos de torneiras e vaso sanitário com acionamento automático que independem da mão humana, reduzindo o desperdício de água. Outros modelos permitem controlar a vazão de líquido quando do acionamento, casos de vasos sanitários nos quais há dois botões de liberação de água, em maior ou menor quantidade, de acordo com a necessidade.

 2- Revisão nos utensílios utilizados no dia a dia:

  • Diminuição (ou não utilização) de copos e utensílios de plástico, pet e/ou mexedor descartáveis: a opção pelo não uso de descartáveis é defendida como forma de se contribuir para o menor descarte desses materiais na natureza, já que estes levam vários anos para se decomporem totalmente.

 3- Diminuição no consumo de energia elétrica:

  • Lâmpadas: a busca por menos consumo de energia elétrica passa pela adoção de lâmpadas que têm menor gasto, como as de LED. Destaque-se ainda o uso de lâmpadas com acionamento automático ou sensores de presença.
  • Energia solar: o sol bate abundantemente durante quase todo o ano no país. Usar esse recurso natural pode trazer menos custos com energia elétrica, sendo a energia da luz solar armazenada e revertida em energia elétrica para uso dos equipamentos, sistema de iluminação ou onde mais for possível.
  • Uso de luz natural: há empresas que optaram, na sua construção por utilizar janelas amplas, que permitissem a entrada de luz natural boa parte do dia, reduzindo o uso de energia elétrica.
  • Sensores nas portas das geladeiras: também há ações como o uso de sensores nas portas das geladeiras e freezers que evitam a formação de gelo, desgastando o motor, reduzindo o consumo de energia elétrica.
  • Uso de vidros duplos nas janelas: esse material pode ajudar no menor consumo de energia elétrica, pois permite um isolamento do calor, fazendo com que a área interna receba menos luz solar. Num ambiente menos quente, o uso de ar condicionado e/ou sistemas de aquecimento são menos utilizados.
  • PVC na fachada: o PVC é um material que não precisa de pintura, reduzindo a contaminação do meio ambiente, é durável e lavável a seco, além de ser um ótimo isolante térmico, o que ajuda a conservar a temperatura interna, também ajudando a reduzir o consumo energético gasto com ar condicionado.

 4- Uso de produtos naturais da região onde se o negócio está ou de agricul­tura familiar:

  • Há empresas que buscam usar produtos da região onde estão instaladas como matéria-prima (frutas, legumes), e os buscam diretamente de pequenos produtores, incentivando a circulação local de dinheiro e a sobrevivência desses pequenos empreendedores. É uma relação onde ganha o pequeno fornecedor, a pequena empresa e o ambiente, pois tanto fortalece a cadeia e a economia local quanto desperta em ambos o cuidado com o ambiente e valorização dos produtos regionais.

 5- Utilização de embalagens de papel certificado:

  • A embalagem dos alimentos é item importan­te e diferencial na composição de um produto. Não cabe mais enrolar pães e bolos com os papeis pardos como se fazia antigamente. Em itens da confeitaria, por exemplo, uma embalagem bem caprichada pode transformar uma torta num presente especial.
  • E as embalagens têm recebido atenção também quando a ideia é contribuir com o meio ambiente. Por exemplo, na adoção de embalagens de papelão e papel certificado. Mais fá­ceis de transportar e com grande aceitação das empresas de reciclagem, seu uso tem sido destacado por algumas das empresas pesquisadas para utilização na embalagem de bolos, tortas, entre outros itens de fabricação própria. Além da diminuição de custos, contribui-se no incentivo ao uso racional da madeira, matéria-prima do papel.

 6- Refrigeradores que não usam CFC:

  • Há muito se destaca a redução da camada de ozô­nio, protetora da Terra em relação à incidência de raios solares ultravioleta. Um grande vi­lão nesse sentido são os gases nocivos a essa camada, como o clorofluorcarboneto (CFC), usualmente presente nas geladeiras. Este gás era utilizado como forma de retirar o calor que equipamentos de refrigeração pro­duzem. No entanto, existem refrigeradores que conseguem trabalhar sem usar o CFC. Utilizar esses equipamentos mostra a preocupação de empresas com o ambiente, es­tas máquinas geralmente usam o gás carbônico (CO2) para congelar alimentos.

 7- Quilômetro zero:

  • Quilômetro zero é um conceito adotado por algumas empresas que preferem adquirir insumos de fornecedores próximos, reduzindo o custo com transporte – e, conse­quentemente, diminuindo a emissão de gases poluentes na atmosfera.

 8- Produtos orgânicos:

  • Existem empresas que têm espaço para uma horta própria, na qual plantam hortaliças que utilizam em suas receitas, o que ajuda na redução com custos de matérias-primas, além da qualidade nos insumos.
  • E há ainda aquelas que não têm espaço para o plantio, mas se preocupam com a origem dos insumos e preferem adquiri-los apenas de produtores realmente de orgânicos, dispensando aqueles que utilizam agrotóxicos na agricultura.

 9- Revisão de processos:

  • Muitas vezes, ações simples já contribuem bastante para que a empresa reduza custos com matérias-primas, energia, entre outros. Ao organizar a rotina de trabalho, refinar processos, padronizar receitas, adotar a pré-pesagem dos ingredientes, utilizar adequadamente os equipamentos, ou mesmo realizar as manutenções preventivas das máquinas já fazem com que se consiga uma melhoria no tempo gasto no preparo das receitas, na produtividade da equipe, além da redução de tempo e de gastos. A maior produtividade traz redução de custos.

 10- Conscientização da equipe e/ou dos clientes:

  • Para que uma prática sustentável seja realmente eficiente é preciso que as pessoas estejam envolvidas com a ideia, tanto os proprietários, como funcionários e clientes. Importante, assim, é o trabalho de conscientização das equipes ou a sensibilização dos clientes para as práticas sustentáveis. Pode-se afixar cartazes nas áreas de venda, no ambiente de produção, buscando lembrar sempre a todos que é preciso manter as ações que ajudam a economizar água, energia elétrica, incentivar a coleta seletiva, o descarte adequado do óleo, entre outras ações que as empresas realizam ou motivando a quem tem contato com o material a também adotar esse comportamento em casa.

E agora, vamos cuidar do planeta?

Seja nas grandes empresas ou nos peque­nos negócios, uma pequena mudança na rotina já re­percute em ações efetivas de cuidado com o meio ambiente.

As ações de sustentabilidade podem trazer ainda, além do ganho material e de um ambiente mais bem cuidado, retornos institucionais. Pode-se atrair público também por uma ação responsável. E quan­do esse posicionamento está atrelado a pro­dutos e serviços de qualidade, o resultado é sempre melhor!

 
 
 
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